tivemos o maior prazer de inaugurar a Sala de Leitura, da nossa Escola !
Uma grande ideia, que nos proporcionará muito mais conhecimento e mais alegrias.
O que será realizado nesse ano letivo?
- Reflexões com os alunos;
- Dinamicas sobre literaturas em geral;
- Contação de histórias, entre outros;
- Dinamização com todas as salas da escola..
Todos nós estamos felizes, e esperamos muito que essa nova empreitada dê certo !
Este é o blog da Sala de Leitura da Escola Estadual Prof. José Joaquim dos Santos. O objetivo deste blog é fazer com que a comunidade interaja com a Escola. "A leitura é para o intelecto o que o exercício é para o corpo". Joseph Addison
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Venha ver o pôr-do-sol !
Ricardo é um rapaz misterioso, cheio de idéias mórbidas. Achou de levar a namorada para ver o pôr-do-sol no cemitério. Lá chegando, Raquel estranhou a idéias, insultou-o de cretino, louco. Passearam por todo o local, visitaram alguns túmulos. Mas, para ver o pôr-do-sol teria que ser sobre o túmulo da família de Ricardo, pois lá estava sua prima. "- Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos e mortos, desertam todos. Nem os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo" - acrescentou apontando as crianças na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou a fumaça na cara do companheiro. - "Ricardo e suas idéias".
"E agora? Qual é o programa?" - Brandamente ele a tomou pela cintura. - "Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um instante e te mostrarei o pôr-do-sol mais lindo do mundo." Ele encarou-o um instante. Vergou a cabeça para trás numa risada. - "Ver o pôr-do-sol!... Ah, meu Deus... Fabuloso!... Me implora um último encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longa para esta buraqueira, só mais uma vez, só mais uma vez! E para quê? Para ver o pôr-do-sol num cemitério..." (p.27) "- Estou sem dinheiro, meu anjo, vê se entende. - Mas eu pago. - Com o dinheiro dele? Prefiro beber formicida. Escolhi esse passeio porque é de graça e muito descente, não pode haver um passeio mais descente, não concorda comigo? Até romântico." Ela olhou em redor. Puxou o braço que ele apertava." (p.28) "Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro. Então deu uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás. - "Ricardo, abre isto imediatamente! Vamos, imediatamente! - ordenou, torcendo o trinco. - Detesto este tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no que dá seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira estúpida!" (p.33) Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuindo. Em redor deles, reapareceram as rugazinhas abertas em leque. "- Boa noite, Raquel. - Chega, Ricardo! Você vai me pagar!..." - gritou ela, estendo os braços por entre as grades, tentando agarrá-lo. "- Cretino! Me dá a chave desta porcaria, vamos!". E, de repente, o grito medonho, inumano: - NÃO! Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de um animal sendo estraçalhado.
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